quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Por Maria Leite - Blog Pétalas da Liberdade

"O ápice do poder é o trono. Há aqueles que querem protegê-lo. Há aqueles que querem tomá-lo. E há também aqueles que querem destruí-lo.Entre a paz e a guerra, diz-se que um povo livre irá sempre escolher a paz. Mas a próxima geração nunca teve escolha, embora respirassem os ares que uma falta paz proporcionava."(página 119)

Quem acompanha o blog há mais tempo, talvez se lembre que o primeiro volume entrou para os meus favoritos, e que eu pude fazer um post de primeiras impressões sobre esse segundo volume e que fiquei ainda mais empolgada para lê-lo. Acredito que seja sim necessário ter lido o primeiro volume para realizar a leitura do segundo, mas tentarei não dar spoilers nessa resenha.

Fazendo uma pequena recapitulação para ambientá-los na trama, a história se passa num lugar onde havia cinco reinos, sendo Heilland um deles. Dois irmãos gêmeos disputaram a coroa de Heilland, e o resultado foi a ascensão ao trono do pior deles, daquele que trazia o mal dentro de si. Com isso, o mago Mongho teve que fugir, levando nos braços uma garotinha recém-nascida e uma gata, que não era bem uma gata. Eis que mais pessoas foram se juntando ao grupo do mago, tentando ir embora de Heilland para longe das maldades do novo rei.

"- Acredita em destino, mago? - Mongho parou, mas continuou em silêncio, observando o navio se afastar cada vez mais. - Ele tem um modo estranho de guiar as coisas... Não deixe que a vingança tome conta de você, meu caro. Nós dois sabemos que nada de bom pode resultar disso." (página 78)

Nesse segundo volume, descobrimos se Mongho conseguiu chegar a um local seguro junto com seu grupo de refugiados. Descobrimos também que a sede de poder do rei Sulco cresceu ainda mais. Há uma passagem de tempo, e Záyrha, a bebê que Mongho carregava nos braços, agora é uma jovem que terá um papel decisivo para libertar Heilland e os reinos vizinhos do mal trazido por Sulco e seus aliados.

"Se ficasse na floresta, corria sério risco de ser capturado pelos Menfhis ou pela Rebelião, e ser morto, ao ser julgado inimigo. A única esperança que via era encontrar a garota de cabelos vermelhos a quem devia a vida. Mas, quem era ela que possuía um coração tão puro a ponto de salvar a vida de um inimigo? E que poder era esse que surgira em seu corpo, que o tornara mais rápido e ágil do que Zargus?" (página 150)

O primeiro livro teve cenas que me tiraram o fôlego! E eu não sabia bem o que esperar desse segundo. E mesmo durante a leitura, não dá para prever o que acontecerá no próximo capítulo. É um livro cheio de surpresas, com toda certeza original. A escrita da autora continua fluida e ágil, sem "encheção de linguiça", ainda que isso nos deixe meio "cegos" em alguns momentos, curiosos para desvendar os acontecimentos.

"- Ser corajosos para empunhar uma espada é fácil, mas chorar requer muito mais coragem - murmurou ele." (página 241)

Sendo um livro de fantasia, há muita magia na trama. Também podemos revisitar os reinos que conhecemos no primeiro livro e descobrir mais sobre as características de cada um deles. A boa narração e descrição da autora nos permitem visualizar todos os lugares por quais passamos durante a leitura. Os personagens, incluindo os novos que são inseridos na trama, como Záyrha, Haizen e Zargus, ou velhos conhecidos como o senhor Barsack, continuam sendo bem construídos e com certeza vão surpreender o leitor.




A edição da Mundo Uno, como sempre, continua maravilhosa. Capa linda e condizente com a trama, páginas amareladas e lisas, diagramação com letras, margens e espaçamento de bom tamanho.

Enfim, eu gostei do volume final da duologia, mesmo que o primeiro continue sendo meu favorito por ter me causado ainda mais surpresas e emoções. Repito que a autora, brasileira, não fica devendo em nada se comparada aos grandes escritores de fantasia. "O Segredo da Caveira de Cristal" é grandioso, surpreendente, bem escrito e original. Ainda assim, meu coração de leitora não se encontrava preparado para se despedir de todo o universo criado pela Mallerey, e eu não reclamaria se esse segundo volume tivesse alguns capítulos a mais para que eu pudesse passar mais tempo conhecendo cada reino, a vida de Záyrha, de Mongho, de Nadjra, e as partes mágicas, como os Interceptadores. Mas para quem gosta de livros mais enxutos, que vão direto ao ponto, com certeza essa duologia será perfeita.







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