"[...] A raiva ao ouvir que o irmão seria rei encheu sua mente de tal forma que ele ficou sem ar. As palavras de Heimdall conduziriam o mago para a ruína, porque Sulco estava disposto a fazer qualquer coisa para ter aquela maldita bola de cristal!"
Malecs é um reino mágico que surgiu após o primeiro mago fazer um pedido à Mãe Natureza. O reino foi a solução apara atender, em parte, o pedido. Com isso Merlin, o primeiro mago, também se tornou imortal e guardião da cidade. Poucos eram escolhidos e permitidos a adentrar na cidade, quem conquistava esse direito se tornava um mago ou bruxa. Tudo ia tranquilamente bem, até que o poder que ocultava Malecs dos humanos acabou se desfazendo. A ganância foi destruidora!
Os reinos saquearam o lugar em busca de seus tesouros, poucos magos conseguiram fugir levando alguns talismãs, entre eles a Bola de Cristal.
Muito tempo se passou e os reinos de Drutdas, Menfhis, Hurgans, Vúlcans e Heilland vivem em harmonia, com cada rei respeitando o limite de seu território. Claro que isso não irá durar muito tempo e Heilland terá sua paz interrompida, se tornando o centro de todo o sofrimento que está por vir...
O nascimento dos príncipes gêmeos, Sulco e Heian, trouxe grande alegria a todos, mas um sonho perturba o sossego da Rainha Arápia. Tranquilizada pelo Rei Alphonsus, os quinze anos, prazo para a coroação do sucessor, passam tranquilamente e Sulco está ansioso por assumir o seu papel de novo rei. Novamente algo está prestes a mudar... as consequências serão terríveis!
"[...] O que será que ela conversou com Mongho?, questionou-se. Segundos depois, deu as costas e caminhou para fora do quarto, sem dizer uma palavra ou olhar para ninguém. Passou pelos guardas na porta e discretamente sorriu. Agora faltam apenas dois!, pensou."
O Segredo da Caveira de Cristal - Livro 1 sempre teve algo a surpreender! Durante a leitura, que foi simplesmente viciante, pude perceber que os caminhos escolhidos pela autora foram exatamente aqueles que eu teria medo de arriscar. Mas não pensem que a história perde seu brilho por isso, acontece exatamente o contrário. Mallerey Cálgara consegue, formidavelmente, transformar uma história que tem tudo para ser "mais do mesmo" em algo que, além de aguçar a curiosidade do leitor, também consegue surpreender.
Apesar de serem gêmeos os príncipes possuem personalidades bem distintas. Sulco, o primeiro a nascer, deveria ter se tornado rei devido a algo que seu pai disse na ocasião de seu nascimento. De personalidade forte, o jovem se torna alguém que não se deve desafiar. O seu descontentamento pelo irmão ter "roubado" o seu trono fica nítido em suas ações. Já Heian, que nasceu dois dias depois do irmão, é bondoso e sempre disposto a ajudar. O príncipe foi quem conquistou a preferência da rainha e o desejo, por ela, que se tornasse rei.
Mongho é um personagem que também mereceu o destaque na obra! Com o passar dos anos, o amigo de Heian, se tornou o mago do castelo, mas sem entender como a Bola de Cristal, herdada de seu pai, realmente funciona. Aprende sozinho, com auxilio de alguns livros, a arte dos elementos.
Para quem está achando que a história pode parecer confusa por ter tantos reinos, saibam que nem todos participam da história nessa primeira parte, mas a autora os apresenta logo após o prólogo e o mapa presente na quarta capa também ajuda a entender como eles estão divididos.
O final é destruidor, mas foi um pouco corrido; após tantos acontecimentos e tanta ansiedade por saber o que iria acontecer, as atitudes de Sulco após conquistar seu objetivo e o início de uma profecia deveriam ter ganhado um pouco mais de destaque. Creio que a intenção foi deixar essa explicação para o próximo volume, trabalhando os atos de uma pessoa completamente sem coração.
O que gostei, mesmo com angustia pelo que aconteceu, foi ver algo explicado sobre as bruxas acontecendo na história. Uma forma de manter uma personagem que acaba conquistando a simpatia do leitor no decorrer das páginas.
O que me incomodou durante a leitura foi o idioma introduzido pela autora com a tradução no rodapé da página. Aparecendo em algumas frases de efeito, me pareceu algo desnecessário e depois de algumas páginas, quando elas apareciam, eu apenas lia a tradução.
Essa é a segunda edição do livro, lançado ano passado pela Mundo Uno Editora. A capa está diferente da anterior e muito mais bonita, mas acabou ficando um pouco escura após a impressão. É fácil relacioná-la com a história durante a leitura. A diagramação foi bem trabalhada, utilizando um espaçamento agradável a leitura, o início de cada capítulo apresenta o símbolo do reino onde a história se passa.
Em alguns momentos da leitura encontramos frases com falta de palavras ou até com palavras a mais. Sabem aquele momento em que está escrevendo de uma forma, mas o muda e mantém as duas escritas no texto? Pois é! Isso não interfere na compreensão do texto, fica apenas um alerta para a revisão em uma próxima edição.
site: http://www.funshunter.com/2016/03/resenha-o-segredo-da-caveira-de-cristal.html
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